MINHA CONFISSÃO
Renato
Moura
De vez em quando,
Desnudo a vida.
Quando a chuva desliza,
Descendo a subida.
E o agudo espasmo machuca,
No sopro da telha que geme.
Batendo a janela que escuta,
No vidro escorrido que treme.
Por que se desfaz a desdita,
Em copioso pranto por mim?
Não fora eu a lamúria
Do infausto terrível no fim?
Ou foi a insônia sombria,
Daquela dura cama cinzenta
Que faz as noites mais frias,
Faltar-me o véu que acalenta?
Resigno-me pela manhã,
Ante a profusa luz que brilha.
Quando eu voltar, voltarei no
afã,
De palmilhar de vez nova trilha.
Disse Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14.6)
© R. Moura – Publicação livre – se
indicado o autor.
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