Segui
a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
"Modus"
quer dizer modo, maneira, atitude, caráter; "Vivendi" quer dizer viver juntas. "Modus vivendi" é uma frase em latim que significa um
acordo entre partes cujas opiniões diferem, de tal maneira que elas concordam
em discordar.
"MODUS VIVENDI" indica
uma adaptação na disputa entre partes para se permitirem vida em conjunto.
QUEM
ESCREVEU A ESPISTOLA AO HEBREUS?
Os
estudiosos não conhecem com exatidão quem escreveu a carta aos “Hebreus”, nem
tão pouco, quem seria seu destinatário. Também não há um consenso quanto a data em que ela foi escrita, entretanto, presume-se que a missiva teria sido
escrita após o ano 67; ano esse tido como o ano do falecimento do apóstolo
Paulo. O que se sabe com segurança é que ela já circulava antes do ano 90, pois
Clemente, o presbítero de Roma, a mencionou quando ele próprio escreveu sua
carta à igreja sediada em Corinto no ano 97 da era Cristã.
A PREEMINÊNCIA DE CRISTO
Embora
não saibamos com exatidão quem escreveu a “Epistola aos Hebreus”, vemos com
clareza que o autor reconhecia e procurava fazer com que reconhecessem Jesus
Cristo com Seu atributo de superioridade suprema. Assim ele apontou Jesus como superior
a Arão, Moisés, Josué, e superior até mesmo aos anjos: ...E todos os anjos de
Deus o adorem (Hb 1.6).
Muitos que afirmam fazerem parte do rebanho de Cristo,
dizem aceitar a supremacia do Senhor. Porém, ignoram as suas diretrizes e não
poucas vezes recusam-se as seguir suas determinações, porque entendem que em
certos aspectos é possível afastarem-se daquilo que está escrito.
Há
um aforismo que eu avalio como muito interessante:
As
ovelhas de Cristo são marcadas na orelha e na pata; elas ouvem sua voz e o seguem.
Martinho Lutero.
APOSTASIA
Quando o referido autor da carta aos “Hebreus” dissertava
sobre a “apostasia”, a qual, é definida como afastamento da fé cristã
primitiva, e, nesse caso, retorno às praticas errôneas do passado, ele advertiu
veementemente que os fiéis deveriam buscar a santificação como algo
imprescindível, como visto no primeiro versículo acima. Daí, a sua exortação
para que eles almejassem, buscassem e seguissem essa virtude com todo zelo.
Essa mesma direção teológica também foi explicitada pelo
apóstolo Pedro em seus ensinos, quando enfatizou:
Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede
vós também santos em toda a vossa maneira de viver. Porquanto está escrito:
Sede santos, porque eu sou santo (IPe 1.15,16).
Praticar
a “apostasia”, a meu ver, em primeiro plano significa abandonar a característica
da santidade recomendada pelos apóstolos e pelos pais da igreja. E sabemos que,
o primeiro passo para a instalação desse deslize espiritual, é adotar a pratica
do desamor entre os irmãos. E, quando é sofrida essa falta de afeto na
comunidade, se não houver imediatamente o devido reparo e recondução aos
parâmetros bíblicos, em pouco tempo a gangrena atingirá os envolvidos nesse
ato. Logo haverá infecção generalizada e os prejuízos à saúde do corpo todo será
constatada, visto que desvalorizaram à determinação do Mestre que disse:
O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei (Jo 15.12).
A PALAVRA DE ORDEM É CUIDADO
Meus irmãos! Antes de ofenderem a honra de alguém,
coloquem a questão com todo o temor diante do Pai celestial. Nada de sair pelas
ruas arvorando a sua justiça aos quatro ventos como se fosse uma verdade
incontestável; agindo assim, talvez você esteja levando à morte uma alma
valiosa aos olhos de Deus. Além do mais, Jesus é o caminho, a verdade e a vida!
E, se você der um copo de água fria a uma pessoa que está com sede, (talvez até
pelo calor das pressões psicológicas travadas com os falsos irmãos), esse seu ato
será reputado diante do amor divinal, como se você tivesse servido água ao próprio
Cristo! Você já leu isso na Bíblia? Ainda não? Então leia:
E
qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos,
em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu
galardão (Mt 10.42).
A INCOERÊNCIA DA EVANGELIZAÇÃO
É intrigante o que ocorre na maioria dos conglomerados
cristãos: primeiro vê-se uma corrida desenfreada parra ganhar uma alma para
Cristo; argumentam sobre “a palavra” e fazem visitas, oram e ajudam financeiramente,
psicologicamente e até com serviços voluntários. Apresentam à pessoa uma religião
aparentemente eficaz. Assim, esse alguém acredita que encontrou, de fato, a
família de Deus, e reconhece que precisa do Senhor Jesus como seu Salvador. Até aqui, "maravilha"! Então, se consegue conduzir essa vida através
do discipulado, ao batismo e à membresia. É despois disso que aparecem os "problemas!" Logo despertam os próprios que evangelizaram aquela vida ou os do contra, e começam a vigiá-la e
acusá-la por eventuais descuidos que a eventualmente venha a cometer.
Assim, há, admitam ou não, a prática de um escárnio contra Deus e à Sua palavra. E nada passa despercebido aos olhos Daquele com quem todos nós havemos de tratar.
Assim, há, admitam ou não, a prática de um escárnio contra Deus e à Sua palavra. E nada passa despercebido aos olhos Daquele com quem todos nós havemos de tratar.
Isso é muito sério! Mais cedo ou mais tarde haverá o cumprimento
da lei da semeadura e se sabe que Ele zela por Sua palavra, para a cumprir!
Não
erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso
também ceifará (Gl 6.7).
SECULARIZAÇÃO
Secularizar. v.t. Ato ou efeito de tornar ou tornar-se
secular, de tirar ou perder o caráter religioso. E o que mais vemos hoje? A chamada
“secularização” na igreja, que em suma é demonstrada pela falta de ética entre
os irmãos. E não estou só me referindo aos membros de uma determinada
denominação. É lamentável, mas o que vemos é uma disputa generalizada por posição,
status e títulos. Isso, de certa forma engrandece o homem sim, mas somente
diante do poder financeiro, do poder da mídia e até diante do poder político. Entretanto,
diante da veracidade da “Palavra de Deus”, essas contendas mantidas por
quaisquer que sejam os motivos tornam-se abominação contra Deus. E, abominar é detestar, execrar,
odiar. Quando lemos na Bíblia que Deus aborrece e abomina algumas coisas, é
extremamente necessário que nos coloquemos em atenta vigilância para não nos
tornarmos réus de tais delitos. Assim, eu e você devemos evitar com todo o
esforço possível praticarmos abominação contra os desígnios do Criador, o que
resumidamente significa por em risco a vida aqui e que é mais arriscado, no
além também.
Seis coisas que o Senhor aborrece, e a sétima a sua
alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue
inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para
a mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre
irmão (Pv 6.16-19).
PRESSA
E RIGIDEZ ACENTUADA
Você não
acha estranho que há sempre pressa e rigidez em se aplicar a confrontação a
alguém, especialmente quando essa pessoa não é a gente mesmo, e nem nosso
parente?
Assim
falou o Senhor dos Exércitos, dizendo: Executai juízo verdadeiro, mostrai
piedade e misericórdia cada um para com seu irmão (Zc 7.9).
É
claro que devemos enaltecer os ditames da “Escritura Sagrada”, porém, mais
importante do que elogiá-la, o que se deve fazer é viver os ensinamentos da
Bíblia!
Talvez
você esteja pensando com seus botões: mas tem coisas que não dá mesmo; é
preciso tomar uma providência!
Sim! É
justo! Mas, em primeira mão, você deve se perguntar: essa atitude compete a minha
pessoa fazê-lo?
Em
segunda: será que não vou direcionar aquela alma para o abismo?
E em
terceiro lugar: eu estarei exercendo a misericórdia?
Disse
Jesus: Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não
sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao
arrependimento (Mt 9.13).
E
também o sábio Salomão assim se expressou:
Não
sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a
ti mesmo? Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias
fora de teu tempo? Bom é que retenhas isto, e também daquilo não retires a tua
mão; porque quem teme a Deus escapa de tudo isso (Ec 7.16-18).
"MODUS
VIVENDI" NA PRÁTICA
Porventura
andarão dois juntos, se não estiverem de acordo? (Amós 3.3).
Lembre-se
que “modus vivendi” quer dizer concordar em discordar com a opinião dos outros,
o que numa linguagem mais comum seria: exercer a política da boa vizinhança! E
não venha com aquela velha e bolorenta desculpa: “isso não é bíblico”.
Veja o que Paulo, o apóstolo dos gentios, escreveu:
Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis
como é digno da vocação com que fostes chamados. Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns
aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da
paz (Ef 4.1-3).
Quantos
titubeantes mudaram suas ações após um sermão. E você, está esperando o quê?
Que
Deus nos abençoe!
Pastor Renato Moura - 100625