O CANÇACEIRO QUERIA BRIGA
Nosso irmão deixou sua esposa Maria das Graças, e os seus dois filhos em São Paulo, onde residem, e viajou para o Piauí, sua terra natal. Foi visitar seus pais e irmãos, e também negociar algumas cabeças de gado que ele possuía. A sua chegada à casa dos seus parentes foi muito feliz. Seu pai o abraçou e sua mãe chorou de alegria, ao rever o filho querido. Seus irmãos, ao serem avisados da sua presença ali, vieram também, para dar-lhe as boas vindas. O que o Vanildo não esperava, era que o diabo já estava lhe preparando uma armadilha...
Em meu nome expulsarão os demônios, falarão novas línguas... (Mc 16.17).
Nesse momento, o “cangaceiro” sacou o revolver, apontou para a cabeça do Vanildo. Falou mais um "montão", ofendeu, humilhou... O cristão permanecia quieto, pensando, pensando... Mas em dado momento, estendendo o seu braço, falou: –Me dá aqui esse revolver! Todos os que estavam à volta ficaram assombrados, não entendiam o que Vanildo estava fazendo. Será que ele queria morrer como um tolo ? –Me dá aqui esse revolver, rapaz! E com uma autoridade incrível, exigiu: –Vai logo, me entregue essa arma ! Ninguém entendia nada. Muito menos, quando o “cangaceiro” segurou o revolver pelo cano e o entregou para o Vanildo. E ainda ficou ali parado, com as duas mãos abertas, sem saber o que estava fazendo... Internamente, Vanildo glorificava a Deus, pelo livramento concedido: --Só mesmo tu, Senhor Jesus, é quem pode fazer essas coisas! Eu te agradeço Senhor, meu Rei, meu Salvador! Quando o “cangaceiro”, que parecia estar dormindo em pé, acordou, perguntou: –Como a minha arma foi parar em suas mãos Vanildo ? Que é que aconteceu? –Foi você mesmo que me entregou. Eu pedi, Jesus mandou, e você me entregou. –Ah, já sei, “tu é crente né”. Só podia ser! “Tá bom, tá bom! Mas, faz um favor para mim... Me devolve a arma. Vanildo pensou que talvez fosse perigoso, devolver o revolver para o “Cangaceiro”. Talvez ele pudesse começar tudo de novo... –Devolve a arma Vanildo, devolve...! – Eu vou devolver... Só que sem as balas. ...Está aqui. Toma, mas, tenha cuidado com isso ! –Não se avexe não, Vanildo, eu não vou “brigá” mais não! O “cangaceiro” sorriu quando a arma foi devolvida, um sorrisinho que pareceu meio maroto, meio estranho. Contudo o cristão, naquele momento, não estava “avexado”. Ele estava alegre com Cristo, estava se regozijando com o Senhor! Vanildo passou o resto da noite em paz. Mas, nem por isso, deixou de vigiar. Pois sabia que na manhã seguinte, faria uma caminhada de seis quilômetros pelo meio “dos matos” e podia ser que o “cangaceiro” ainda quisesse aprontar.
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios, falarão novas línguas... (Mc 16.17).
Em suas orações, ele sempre agradece a Deus, por aquele grande sinal, e pede em favor do “cangaceiro” salvação, graça e misericórdia.
Quando escrevi este texto, o irmão Vanildo e sua família, congregavam na Assembléia de Deus do Jardim Botucatu-SP.